Tentando entrar na Hungria sem visto

Alguns anos atrás, fui passear em Viena com Anne, uma namorada alemã. Depois de três ou quatro dias de turismo na capital austríaca, “deu a louca” e decidimos pegar o trem para Budapeste.

Eu sabia que cidadãos brasileiros precisavam de visto para atravessar a fronteira, mas decidimos arriscar sem ele, mesmo. Assim, compramos uma passagem e, com mochilas nas costas, entramos em uma cabine com seis lugares e ali ficamos quietinhos.

Em pouco tempo, o trem parou e alguns policiais entraram. Pelo menos é o que deduzimos, pois não tínhamos coragem de ir até a porta e colocar a cabeça para fora.
A parada foi curta e, assim que a locomotiva voltou a funcionar, entramos um estado misto de alívio e euforia. Pena que durou pouco.

Controle

Os oficiais da imigração húngaros entraram na nossa cabine e, gentilmente, pediram para ver nossos passaportes. À Anne, bastou mostrar a carteira de identidade alemã e podia prosseguir a viagem tranquila.

Eu, no entanto, queria mostrar qualquer coisa – menos o passaporte brasileiro, o qual, na época, era verde. Comecei entregando uma carteira internacional de estudante feita meses antes em Portugal.

Não funcionou. A cara de bobo, o espírito eventureiro de 18 anos e a explicação de que seriam “só duas noites em Budapeste” também foram em vão.

Acabamos descendo na parada seguinte, onde ficamos esperando sentados no chão, escoltados por um soldado que não falava nada além de húngaro, até o próximo trem em direção a Viena passar.

Quando voltamos à capital da Áustria, o camping em que havíamos ficado nas noites anteriores já estava fechado. É assim que começa a próxima história...

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